domingo, 5 de abril de 2015

Talento local: ELIANO SILVA


Capa-do-Expressão-(1)

Tema da reportagem da Gazetado Oeste: Um músico e seus sonhos – Eliano Silva (O músico que se apresenta na praça é um jovem talento local e ainda não teve, por parte da própria Secretaria de Cultura de sua cidade, o devido reconhecimento).

Cabelos ao vento, andar um pouco solitário, mas, na parada ali, logo numa praça, o sorriso do poeta e músico abre os trabalhos de mais um encontro literário. É 14 de março, Dia Nacional da Poesia, e Eliano Silva, ou apenas Eliano, como gosta de ser chamado artisticamente, pega do microfone colocado em praça pública e recita um de seus poemas, que farão parte de uma coletânea. Mas não para por aí. De violão ao lado, suas composições ressoam pela praça. A noite da poesia na pacata Pau dos Ferros, ganha um tom musical.

Estudantes, poetas e uma representante do poder municipal local, especificamente da Secretaria de Cultura do município, prestigiam o evento.

O músico que se apresenta na praça é um jovem talento local e ainda não teve, por parte da própria Secretaria de Cultura de sua cidade, o devido reconhecimento. Luta para lançar seu primeiro CD, intitulado Ecdemomania, cuja canção “Tão devagar” (escute a música aqui: https://soundcloud.com/elianooficial) já circula pela internet, como forma de divulgação inicial. Tudo, segundo o músico, ainda está “começando”. “Meu novo trabalho está em processo de gravação. Como sou novo no cenário musical potiguar, de modo que esse será meu primeiro álbum, achei que seria importante fazer uma divulgação prévia, chamando a atenção da galera, lançando uma música alguns meses antes, que é o single “Tão devagar”. O disco mesmo sairá em julho. Procurei me relacionar com jornalistas e blogueiros para que pudessem me ajudar na divulgação do single. Então, alguns sites se interessaram em me fazer de pauta nas suas matérias, mostrando ao público potiguar a primeira faixa do meu disco. As redes sociais também são fundamentais, não só para mim, mas para todos os artistas independentes que visam divulgar seus trabalhos. E eu tenho usado bastante o Facebook, tanto para postar sobre as novidades, quanto para me comunicar com as pessoas. Talvez seja a minha maior vitrine, por alcançar um número de gente vasto e de todas as partes do Brasil”, diz o músico.

Ele acredita que após o lançamento do disco, a sua divulgação ganhe proporções maiores, porque não será apenas um single, mas dez músicas disponibilizadas para donwload na internet e também em versão física, que levará para os shows e os venderá. Muitos sites sobre música demonstraram interesse em resenhar o disco, o que será importante.

Em 2014, Eliano gravou um EP com quatro músicas autorais, que levou o nome de “Quiçá” e o lançou na internet. “Deu muito certo, porque através dele muitas pessoas se tornaram admiradoras do meu trabalho e desde então passaram a me apoiar com muito carinho. Porém, recentemente deletei esse EP de todos os sites em que eu o havia disponibilizado. Quem não o ouviu não ouvirá mais. O fato é que as condições em que o “Quiçá” foi gravado não eram muito boas, eu o fiz praticamente sem recursos, refletindo na sua qualidade de áudio, que deixou muito a desejar. Este ano estou preparado para mostrar algo com muito mais qualidade, o melhor que tenho a oferecer, e quero que ‘‘Ecdemomania” seja o meu trabalho de estreia mesmo. Dizem que a primeira impressão é a que fica e eu quero ficar”, diz.
  
‘Artista é bicho teimoso’

Existe apoio em Pau dos Ferros, em termos de município, para essas iniciativas? O músico sorri. “Pau dos Ferros é uma cidade promissora e muito se falará dela no RN. Todos os dias crescem em setores imobiliários, no comércio, em extensão, enfim… Vai caminhando para o desenvolvimento, mas sua cultura, se é que já existiu, ficou esquecida atrás do concreto dos prédios comerciais que se erguem por toda a cidade”, destaca e complementa: “Posso citar usando os dedos apenas de uma mão as intervenções culturais partidas do poder público de Pau dos Ferros: no mês de junho há umas apresentações de quadrilhas juninas na praça de eventos e no mês de setembro ocorre um evento que dizem ser uma feira sobre cultura e comércio, que é a tradicional Finecap, em que ocorre vários shows de bandas de forró moderno caríssimas – um cachê de uma Garota Safada, por exemplo, daria para custear vários discos e livros de artistas pau-ferrenses – e exposições de trabalhos em estandes, que até seria interessante se o preço do estande não fosse tão alto, inacessível para os artesãos, artistas plásticos, atores, músicos, poetas, etc. Pau dos Ferros tem uma secretaria de cultura, que na véspera da Finecap convida as escolas com seus alunos para apresentarem algumas coreografias na chamada “Vitrine Cultural”. E por aqui se encerram as investidas em cultura por parte do poder público. Dizem que não tem fundos para o incentivo à arte e cultura”, critica.

Porém, para ele, o artista continua sendo aquele bicho teimoso. “Artista é bicho teimoso e tem que ser, quanto maior a adversidade mais ele busca espaços, senão não sobrevive. Sentindo essa pouca vitalidade cultural, fundamos no ano passado, eu e outros poetas e músicos pau-ferrenses, o Coletivo Ribuliço, que consiste em organizar intervenções artísticas nos espaços públicos da cidade. O último sarau que organizamos foi em 14 de março, no aniversário de Castro Alves, dia nacional da poesia, na praça da matriz, que antigamente era conhecida como a praça do condor pelo fato de ter gravado numa parede “A praça é do povo como o céu é do condor”, frase de Castro Alves. Infelizmente, reformaram a praça e tiraram a poesia, ela não é mais lembrada como a praça do condor, a não ser pelos poetas. Se quisermos publicar livros e gravar discos, tiramos do bolso”, aponta.
  
MOVIMENTO LITERÁRIO

“Sem movimento”, fala, sorrindo… Existem muitos autores publicando livros, mas falta divulgação, incentivo, público consumidor, reconhecimento pelo trabalho do artista. “Não há na cidade uma biblioteca pública com vida ativa para sediar lançamentos de livros. Feiras literárias são ótimas oportunidades de consagrar os autores da terra, tendo em vista que ocorre uma atenção do público voltada para seus livros, mas desde que eu me entendo como gente, nunca vi uma feira literária realizada em Pau dos Ferros. Em cidades bem menores, como Água Nova, já participei de feiras em que estiveram presentes escritores conhecidos regionalmente e nacionalmente”, salienta.

Texto da paginar onlan da GAZETA DO OESTE.




          http://gazetadooeste.com.br/um-poeta-no-oeste/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Apresentação

A feira literária do projeto “O contágio pela leitura” é uma iniciativa dos voluntários do projeto e vem proporcionando momentos enriquecedores de prática de leitura.
A realização das feiras literárias tem como objetivo aproximar o público de escritores e obras literárias, no intuito de favorecer o desenvolvimento do gosto pela leitura.
O projeto também conta com a fundação de uma Associação comunitária e uma biblioteca que resiste a doações de livros e ao desenvolvimento de atividades contínuas voltadas para o público infantil desenvolvendo assim um passo mais seguro ao incentivo da leitura, pois a biblioteca dispõe de um vasto acervo e diversas práticas diárias de leitura a interação de pessoas.