Ciranda de Pedra foi o
primeiro romance da escritora Lygia Fagundes Telles, publicado no ano de 1954.
A história reproduz o comportamento humano e seus relacionamentos, trazendo-nos
reflexões a respeito da vida dos personagens e de seus conflitos. O leitor é
levado a refletir sobre si mesmo, sobre a condição humana.
A história narrar, assuntos
como homossexualidade, impotência sexual, traição suicídio, vários temas polêmicos
em uma sociedade tradicional dos anos de 1950. Essa narrativa gira entorno da
caçula, Virgínia, única das três filhas de um casal de classe média que na
separação dos pais vai morar com sua mãe e o médico dela que se torna seu
padrasto. Sua mãe sofre problemas psiquiátricos, Daniel seu padrasto, que ao
longo da narrativa, a autora vai mostrar que na realidade é o verdadeiro pai da
jovem, não aguenta o sofrimento da sua amada, acaba matando-a e depois se
suicida. Virgínia é obrigada a volta morar com sua antiga família, e ai que
essa narrativa fascinante realmente começa. É no ponto de vista dessa menina
deslocada e solitária que se narram os dramas ocultos sob a superfície polida
da família. Loucura, traição e morte são as forças perversas que animam esse singular
romance.
O romance se intitula “Ciranda
de Pedra” por causa de uma ciranda de anões de pedra que ornamenta o jardim da
casa onde Virgínia passa a viver. Que na verdade é metáfora existente através
desta ciranda, que na verdade representa o comportamento das personagens,
simboliza o fechamento diante da presença de outros indivíduos. O grupo é a
nova família de Virgínia, que não a aceita a princípio, mas que em um segundo
momento a convida para fazer parte, e ela acaba se tornando o centro da
“ciranda”.
Conhecendo
um pouco sobre o autor:
Lygia Fagundes Telles nasceu
em São Paulo, a 19 de abril de 1923. No ano de 1938, a autora lança seu
primeiro volume de contos, Porão e Sobrado, com o auxílio do pai, que paga esta
edição, na qual ela utiliza o nome Lygia Fagundes. Ela se gradua na Escola
Superior de Educação Física e, depois, na Faculdade de Direito de São Paulo. Em
1944, sai seu segundo livro de contos, Praia Viva, publicado pela Martins,
editora paulista. No ano seguinte seu pai morre, o que representa para a
escritora uma grande perda. Lygia só volta a lançar outra obra de contos em
1949, três anos depois de concluir a faculdade de Direito – O Cacto Vermelho,
publicado pela Editora Mérito. Desta vez seu livro recebe o Prêmio Afonso
Arinos, oferecido pela Academia Brasileira de Letras. Em 1954, a escritora lança
seu primeiro romance, Ciranda de Pedra, publicada pelas Edições O Cruzeiro,
editora carioca.
Ao escreve “As Meninas”,
atenta ao contexto político que o país atravessava, nos anos 1970. Atendendo a
um pedido do cineasta Paulo César Sarraceni, ela adapta para as telas do cinema
a obra de Machado de Assis, D. Casmurro, em parceria com Paulo Emílio, roteiro
batizado como Capitu.
Sua obra é hoje
internacionalmente reconhecida, e em sua coleção de prêmios constam alguns de
alcance internacional, como o Grande Prêmio Internacional Feminino para
Estrangeiros, doado pela França ao seu livro de contos Antes do Baile. A
escritora participa também ativamente de congressos, debates, seminários e
conferências.
Escrito por Cristiano Souza.
Referencia:
Nenhum comentário:
Postar um comentário